Principal composto psicoativo da Cannabis. O Δ⁹-tetrahidrocanabinol, ou simplesmente THC, foi isolado em 1964 por Raphael Mechoulam e colaboradores em Israel . É responsável pelos efeitos 95 euforizantes e alteradores de percepção da Maconha. Farmacologicamente, o THC atua principalmente como Agonista parcial dos Receptores Canabinoides CB1 (no sistema nervoso central) e CB2 (periférico) 1 . Seus efeitos incluem: *psicoativos* (euforia, relaxamento, alteração sensorial e da noção de tempo, possível ansiedade ou paranoia em doses altas), *terapêuticos* (analgesia, relaxamento muscular, antiemese – combate náusea/vômito –, estimulação do apetite, indução de sono, redução de 2 96 espasticidade) . O THC também tem propriedades broncodilatadoras de curto prazo (por isso, cigarro de Cannabis chegou a ser estudado para asma no passado) e pode diminuir pressão intraocular (motivo de uso em Glaucoma). Em excesso, pode causar efeitos adversos como taquicardia, ansiedade, déficit de memória de curto prazo e coordenação motora prejudicada. Medicamente, o THC é utilizado em: controle de náuseas e vômitos de quimioterapia (oral sintético *Dronabinol* aprovado desde 1986 6 ), estímulo de apetite em caquexia (AIDS ou câncer), alívio de dor neuropática e espasticidade (ex: medicamento Mevatyl contém THC \+ CBD). A potência da Cannabis é frequentemente medida pelo teor de THC – plantas modernas podem ultrapassar 20-30% de THC nas flores. Tecnicamente, na planta o THC existe majoritariamente na forma ácida THCA, que se transforma em THC ativo via Descarboxilação (calor). Em dezembro de 2020, a ONU retirou o THC da lista de substâncias mais restritas, reconhecendo seu valor médico , embora continue fiscalizado rigorosamente. No 84 organismo, o THC é metabolizado no fígado principalmente a 11-hidroxi-THC (ativo, possivelmente 33 mais potente) e outros metabólitos, sendo excretado lentamente (meia-vida terminal pode ser de 97 98 dias, depositando-se no tecido adiposo ). Em testes toxicológicos, pode ser detectado na urina por semanas após uso crônico. Em resumo, o THC é o componente-chave da Cannabis recreativa e uma das moléculas mais estudadas – vilão para uns, remédio para outros – e seu perfil singular de ação central define grande parte do debate em torno da Maconha.
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